Nas minhas andanças bloguíticas, ou direi antes navegações, logo dei com o conhecido blogue do Luis Ene, cujo nome - Ene Coisas - é facilmente relacionado com o do autor.
Gosto de aventuras, e ainda mais de observar e ler sobre aqueles que, movidos pelo forte desejo de tentar, se aventuram em algo em que nada têm a perder. Move-os o gosto por aquilo em que se aventuram. No caso do Luis Ene, o seu gosto pela literatura e escrita, levou-o a esta incursão pelo romance que resultou em O Regresso.
Neste domínio da blogosfera, penso que é mais importante o prazer que alcançamos ao escrever do que o prazer que alguém pode ter ao ler o que escrevemos. Chamo a isso escrever para nós. Se a nossa escrita agrada a outros tanto melhor. Ao escrever estas palavras, recordo-me das palavras de Vergílio Ferreira "preciso escrever". Com alguns esta necessidade surge cedo na vida, quase nascendo com eles. Com outros, a escrita pode despontar como uma necessidade de uma expressão comunicacional diferente, literária.
Enfim, o Luis aventurou-se pelo romance escrevendo O Regresso. Dou-lhe os meus parabéns.
O Regresso é a narração de um homem casado e pai que, aproveitando a herança deixada pelo pai entretanto falecido, se retira para a casa onde este vivia com o propósito de escrever um livro.
Parece-me que a semelhança aqui encontrada entre o personagem de O Regresso que abraça o projecto de escrever um livro e o Luis que com esta história estreia a sua incursão no romance, não é por acaso. Parece-me que o Luis escreve muito sobre si próprio, como aliás, penso eu, qualquer autor que se inicia na escrita faz.
À apreciação que faço da história em si não é alheio o facto de ter lido os primeiros capítulos publicados no Ene Coisas sentado ao computador o que, na minha opinião, não é a mesma coisa que ler confortavelmente sentado num sofá tocando as folhas, exercitando o acto de voltar a página, sentindo o papel, etc.
Quando solicitei ao Luis que me fornecesse o texto noutro formato que não o do publicado no blogue, de imediato o recebi em formato Word. Imprimi as 204 páginas e li a partir de onde tinha deixado a leitura no computador. A partir daí foi com gosto redobrado que prossegui a leitura, não a concluindo mais rapidamente porque o tempo disponível para a leitura (infelizmente!) não é muito. Enfim, é o que se pode ter.
Mais não me vou pronunciar sobre o restante da história porque não quero revelar saborosos pormenores que poderão descobrir por vocês mesmos ao lerem O Regresso. Penso que gostarão de o ler, tal como eu.
Ao Luis, mais uma vez, os meus parabéns. Que continue a ler e a escrever.
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