domingo, março 27, 2005

Estas duas quadras

do soneto intitulado Mistério de Florbela Espanca fizeram-me sentir saudade da chuva.

Gosto de ti, ó chuva, nos beirados,
Dizendo coisas que ninguém entende!
Da tua cantilena se desprende
Um sonho de magia e de pecados.

Dos teus pálidos dedos delicados
Uma alada canção palpita e ascende,
Frases que a nossa boca não aprende,
Murmúrios por caminhos desolados.

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